ETERNAMENTE
INDECIFRÁVEL
O poema que não escrevi
é feito de carne
tem nome largo
e palavras de forma
O poema que não escrevi
dorme comigo todos os dias
revira meus sonhos
torna-se insônia
O poema que não escrevi
come, bebe, faz sexo
e, às vezes, sai pelo nariz
O poema que não escrevi
vive na lama, no lixo
no luxo, na cama
O que poema que não escrevi
é macho, puta, bicha louca
-desenho que não sai da boca
O poema que não escrevi
é leve, é pluma
pesado tiro
é chumbo, é morte
é casulo, é seda
é sorte que não chega
O poema que não escrevi
Inscreve-se em mim
como cicatriz
como uma dor, um parto
um sapato apertado
O poema que não escrevi
Jamais escreverei
O silêncio revelador da página em branco e a sua exploração espacial.
Apesar do título (ETERNAmente) sugerir alguma ligação com a tradição
concretista, seu conteúdo implícito remete justamente uma direção
contrária, abstrata: o tempo e a alma. A mente que se eterniza ao
perder qualquer relação concreta, objetiva, material e, assim, ao se
desprender da própria palavra (em sua simples estrutura e solidez),
rompe qualquer vínculo com o movimento estético concretista ao diluir
inclusive a forma, fixando uma poética essencialmente abstrata.
E, é daí que o poeta constrói sua poética na intenção de atingir uma
transcendência além da estrutura formal para falar da imortalidade da
alma.
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