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►C◄ O mestre Zen e o terremoto

O mestre Zen e o terremoto

Aconteceu que um mestre Zen foi chamado como convidado. Alguns amigos
haviam se reunido e estavam comendo e conversando quando, de repente,
houve um terremoto. O prédio em que eles estavam era um prédio de sete
andares, e eles estavam no sétimo andar, então a vida estava em perigo.

Todo mundo tentou escapar. O anfitrião, correndo, olhou para ver o que
tinha acontecido com o mestre. Ele estava ali sem sequer uma ruga de
preocupação no rosto. Com os olhos fechados, ele estava sentado em sua
cadeira da mesma maneira que estava sentado antes.

O anfitrião sentiu-se um pouco culpado, sentiu-se um pouco covarde; não
fica bem que o hóspede fique sentado e o anfitrião fuja. Os outros, os
outros vinte hóspedes, já tinham descido as escadas, mas ele parou,
embora estivesse tremendo de medo, e se sentou ao lado do mestre.

O terremoto chegou e passou, o mestre abriu os olhos e retomou a
palestra que, por causa do terremoto, havia interrompido. Ele continuou
novamente, exatamente na mesma frase - como se o terremoto não tivesse
acontecido.

O anfitrião estava agora sem vontade de ouvir, não estava com disposição
de entender porque todo o seu ser estava muito perturbado e ele estava
com muito medo. Mesmo que o terremoto já tivesse ido embora, o medo
ainda estava lá.

Ele disse: "Agora não diga nada, porque não serei capaz de compreender,
não sou mais o mesmo. O terremoto me perturbou muito. Mas há uma
pergunta que eu gostaria de fazer. Todos os outros hóspedes haviam
escapado, eu também estava na escada, já quase correndo, quando de
repente me lembrei de você. Vendo você aqui sentado com os olhos
fechados, sentado tão tranquilo, tão imperturbável, me senti um pouco
covarde - sou o anfitrião, eu não deveria correr. Então voltei e estou
aqui sentado ao seu lado. Gostaria de fazer uma pergunta. Nós todos
tentamos fugir. O que aconteceu a você? O que você me diz sobre o
terremoto?"

O mestre disse: "Eu também fugi, mas você fugiu para fora, eu fugi para
dentro. Sua fuga é inútil porque para onde quer que você esteja indo lá
também há um terremoto, então é sem sentido, não faz sentido. Você pode
alcançar o sexto andar ou quinto ou o quarto, mas lá também há um
terremoto. Eu fugi para um ponto dentro de mim onde nenhum terremoto
jamais chega, não pode chegar. Entrei em meu centro.

Isso é o que Lao Tzu diz: "Agarre-se firmemente ao princípio da
Quietude". Se você é passivo, aos poucos vai se tornar consciente do
centro dentro de você. Você o tem carregado o tempo todo, ele sempre
esteve aí, só que você não sabe, não está alerta.

Uma vez que você fique alerta sobre ele, a vida em sua totalidade se
torna diferente. Você pode permanecer no mundo e fora dele porque você
está sempre em contato com o seu centro. Você pode passar por um
terremoto e permanecer imperturbável porque nada toca você.

No Zen eles têm um ditado que diz que um mestre Zen que tenha alcançado
o seu centro interior pode passar por um riacho, mas a água nunca toca
seus pés . Isso é belo. Não quer dizer que a água nunca toca seus pés -
a água vai tocá-los -, refere-se a algo sobre o mundo interior, o
profundo interior. Nada o toca, tudo permanece fora, na periferia, e o
centro permanece intocado, puro, inocente, virgem.

Osho, em "Living Tao"


Paz, Força e Alegria
http://amensagemdesilo.org.br/

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