deserta e começou a sentir fome.
Não estava prevenido, pois não sabia que a distância
que ia percorrer era longa.
Começou a prestar atenção na vegetação ao longo do
caminho, na tentativa de encontrar alguma coisa
para acalmar o estômago.
De repente notou que havia frutos maduros e
suculentos em uma árvore.
Aproximou-se mas logo desanimou, pois a árvore era
muito alta e os frutos inacessíveis.
Continuou andando e foi vencido pela fome e o cansaço.
Sentou-se na beira do caminho e ficou ali
lamentando a sorte.
Não demorou muito e ele avistou outro viajante que
vinha pelo mesmo caminho.
Quando o viajante se aproximou o homem notou que
ele estava comendo os frutos saborosos que não
pudera alcançar e lhe perguntou:
- Amigo, belo fruto você encon trou.
- É, respondeu o viajante. Eu o encontrei no caminho,
a natureza é pródiga em frutos suculentos.
- Mas você tem a pele machucada, observou o homem.
- Ah, mas isso não é nada! São apenas alguns arranhões
que ficaram pelo esforço que fiz ao subir na árvore
para colher os frutos.
E o homem, agora com mais fome ainda, ficou sentado
resmungando, de estômago vazio, enquanto o
outro viajante seguiu em frente.
Algumas vezes, fatos como esse também ocorrem conosco.
Ficamos sentados lamentando o sofrimento mas
não abrimos mão da acomodação para sair
em busca da solução.
Esquecemos que é preciso fazer esforços,
lutar, persistir.
É muito comum ouvir pessoas gritando por um "lugar ao sol",
mas as que verdadeiramente querem um lugar ao sol,
trazem algumas queimaduras, fruto da luta pelo
ideal que almejam.
Outras, mais acomodadas, dizem que Deus alimenta
até mesmo os pássaros. Por que não haveria de
providenciar o de que necessitam?
Essas estão certas, em parte, pois se é verdade que Deus
dá alimento aos pássaros, também é certo que ele
não o joga dentro do ninho.
O trabalho de busca pelo alimento é por conta de
cada pássaro, e muitas vezes isso não é fácil.
Há situações em que eles se arriscam e até
saem com alguns arranhões.
Por essa razão, lembre-se sempre de que Deus a
todos ampara, mas a caminhada, os passos,
a busca, é por conta de cada um.
Por vezes a escalada é árdua, exaustiva, solitária.
Mas é preciso fazer esforços para alcançar o fruto
desejado, principalmente em se tratando
dos frutos que saciam a sede da alma.
Jesus ensinou: batei, e a porta se abrirá.
Mas os passos até chegar à porta e o esforço por bater,
são necessários.
Buscai e achareis. Outra recomendação na
qual está contida a ação necessária.
Buscar é movimento, é esforço, é ação.
Seria diferente se Jesus tivesse dito:
espere passivamente que a porta se abrirá, ou,
fique aí parado que o que deseja chegará até você.
No entanto, é preciso saber o que se
busca e por qual porta desejamos entrar.
Ainda aí nossa escolha é totalmente livre.
Nossa vontade é que nos conduzirá aonde
queremos chegar.
Sendo assim, façamos a nossa escolha e
optemos por chegar lá, e chegar bem.
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