Em Carajás, católicos e evangélicos se unem para criar Estado
Líderes religiosos pregam voto no "Sim", pela separação, em missas e cultos na região: "É um divórcio para os 2 serem abençoados"
O ideal da criação de dois novos Estados no Pará, Carajás e Tapajós, e a promessa de um milagre econômico e social uniu católicos e evangélicos na região sul e sudeste do Pará. Além de mensagens nos programas eleitorais do "Sim", bispos, padres e pastores estão falando abertamente sobre o tema nas missas e nos cultos. Alem disso, comissões de pastores e líderes evangélicos das áreas emancipacionistas também já fizeram reuniões e divulgaram manifestos a favor da criação de Tapajós e Carajás.
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Oficialmente, a Igreja Católica no Pará não emitiu uma posição formal contra ou a favor da divisão. Cada religioso do Estado pode seguir o pensamento que bem entender sobre o plebiscito. O bispo da Diocese de Marabá, dom José Foralosso, é favorável à divisão do Estado. Ele comanda um rebanho de aproximadamente 700 mil pessoas distribuídos em 27 paróquias de 17 municípios. Ao todo, sua diocese tem uma área de 72 mil quilômetros quadrados - o equivalente a 1,5 vezes o tamanho do Estado do Rio de Janeiro.
Nas últimas semanas, ao final de missas importantes em Marabá e em Parauapebas, dom Foralosso falou abertamente sobre o tema e abraçou a causa separatista. Com 46 anos de vida missionária, 32 anos no Mato Grosso e 11 no Pará, ele afirma que, pelos problemas estruturais vividos diariamente pelos moradores da região, ele não poderia se omitir de um "evento de importância notável para o Pará".
"Aqui, a presença do Estado está ausente. Pelo tamanho do Estado, pelas distâncias. Não sentimos uma solução dos problemas", afirmou o bispo.
Foralosso argumenta que viveu na pele a experiência separatista quando era missionário em Mato Grosso, nos anos de 1980. "A divisão do Estado foi rápida e profunda. Mais do que se podia esperar", disse. "Ultimamente, no final das celebrações sempre pedi um minutinho, também para dar satisfação a muitas pessoas, expus o meu pensamento para o povo. Não estava ali para fazer politicagem. Campanha, eu não fiz. Mas acho que deveria colaborar para o melhor para o povo", disse.
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