UMA VIAGEM AO CENTRO DO EU: A BUSCA DA LIBERDADE
Em todas as Tradições a morte é colocada como elevação. Não é o fim,
mas o começo. Contudo, é fundamental morrer consciente. O ser humano
precisa alcançar a iluminação e libertar-se do seu ego para morrer na
luz (ou seja, consciente). Quem, ou melhor, o que tem impedido a
expansão e, portanto, a elevação da consciência é o ego. A morte do
ego significa a libertação da alma. É o paradoxo: "morrer para
alcançar a imortalidade".
Para Dante ascender ao paraíso primeiro teve que descer ao inferno.
Dante, em sua iniciação, teve que ir ali para se purificar. O que viu
Dante no inferno senão os grandes e tenebrosos egos representados por
várias figuras históricas? O que ele teve que enfrentar senão os seus
maiores medos e inimigos?
Jesus torna-se Cristo (atinge a Consciência Cósmica) quando vai ao
deserto e enfrenta o demônio (o seu ego) e todos os seus desejos
impuros. A partir daí, pode afirmar: "eu e o pai somos um". Sidarta
também enfrenta Maya (a ilusão) para tornar-se Buda e encontrar a
iluminação. A yoga, que quer dizer união, almeja esta harmonização com
o Eu Interior e a sublimação do ego. A conclusão é que é necessário o
ser humano libertar-se para atingir a plenitude dos céus. Como disse
São Francisco de Assis: "é morrendo que se vive para a vida eterna".
Mas, é preciso saber morrer.
E, é este aprendizado que o artista tenta conduzir através de sua
poética. Ou seja, o artista utiliza a poesia como ferramenta desta
morte e renascimento e, enfim, desta comunhão.
O maior desafio para o artista neófito é a herança estética que herda.
As regras estabelecidas, as normas e convenções estilísticas é um
paredão, um desafio a ser ultrapassado pelo artista. Ele não pode
ficar confinado às convenções. Precisa respirar livre. Precisa soltar
o grito. E, para tanto, o poeta precisa criar uma expressão que o
torne livre.
O que seria um canto humano senão um canto de imperfeições, mas também
de deslumbramento? A poética é um exercício libertário. Para se
expressar o artista tenta romper tudo que o restringe. É preciso
soltar o grito para representar com autenticidade o seu universo, ou
melhor, o seu estar no mundo.
Diferentemente de Augusto dos Anjos, com o seu marcante pessimismo, a
morte é colocada aqui de uma forma otimista, como a grande esperança
humana. Para tanto, o poeta vai tentando matar (ou sublimar) o seu ego
para conseguir elevar a sua alma. E, para alcançar sua intenção, sua
estética se esparrama num discurso livre, mas sem se desviar para o
sentimentalismo.
Este livro é um esforço do artista (o poeta) para libertar-se
(espiritual e, consequentemente, esteticamente). Acima de tudo, o
engajamento do artista é com a literatura (suas preocupações
estéticas), contudo, ele retrata naturalmente o seu envolvimento com a
espiritualidade, como também seu envolvimento com a espiritualidade
lhe abriu o universo literário, mais especificamente com a poesia.
Afinal, como acredita, fazer poesia é crescer espiritualmente. Crescer
espiritualmente é apreender a poesia da vida, do viver.
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