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RES: 'horizonte com poeira na garganta...' (jonas/paulo)

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cjwiller@uol.com.br

claudiowiller.wordpress.com

 

De: universodapoesia@googlegroups.com [mailto:universodapoesia@googlegroups.com] Em nome de Paulo Ortiz
Enviada em: sexta-feira, 13 de julho de 2012 13:40
Para: Oficina do Willer Sesc Pompeia; Oficina Willer 2012 Sesc Pompeia
Cc: Surrealismo Teatro do incêndio; y-group
Assunto: 'horizonte com poeira na garganta...' (jonas/paulo)

 

 

Horizonte Com Poeira Na Garganta, De Você Não Me Recordo Uma Vírgula

 

Te entendo, meu amigo
Perdido entre estrelas e uma poça de lama sob o holofote das flores
Essa dama que ostenta as margaridas ao amanhecer possui uma leveza de estrelas desenhadas
Como dizer isso nesta chuva de lembranças
Enquanto danço com um manto nos braços e os pés a deslizar nos espinhos que eu mesmo cultivo por pura diversão?
Ela fez um poema que dizia que as palavras são a mágica do pensamento humano e que a ciência, uma bebida rasa para nossos corpos que são quentes como as cores
Nudez dividida em duas
Nesse instante
Deitada como rio em prece rumo ao sol que se perde nos galhos com um passarinho que
Prestes ao canto
Delicadamente abaixa o bico
As nuvens dizem que estou certo diante da treva que me cobre e
Onde as aves cantam
Eu preparo o solo que cavamos no céu semanas antes de se erguer dizendo as palavras mais terríveis do Universo
Não digo mais nada contra o eixo da natureza
Embora eu saiba que o murmúrio que me cabe enlouqueceria tua nuca estendida na cama das horas
Eu sem poder respirar
Com vontade de me vestir com a labareda que chicoteia o horizonte
Como a forma mais tranquila que pousa sobre meus ombros de ave na imensidão das chuvas mais profundas
A cidade perdeu a vez dentro de minha mão direita a procurar peixes no aquário vazio de teu olho esquerdo
Agora tão dolorido
A chuva é um disfarce na garganta para quem perde os dentes na luta com as cores

Destruição!

Piedade!

Choros de ninguém!

Morte alguma!

Eu estou mudo de novo e quero que se alegrem a melodia das cavernas da nossa mente enlouquecida pelas luzes das cadeiras sérias de escritórios malditos de sorrisos presos

Vamos incendiar os cantos e seus esconderijos de dinamite tão pouco testados até o próximo segundo

Quando o dedo lança a timidez para longe e percorro inquietas selvas com o licor das sombras

Visto um delicado par de chinelos nos cabelos do horizonte toda vez que metralho suas retinas inertes de perfeição vazia

Sigo o rastro de quem já morreu

Amar                

É jogar pérolas aos pratos.

 

(Jonas Pereira Santos/ Paulo Sposati Ortiz)




Aquele abraço,
Paulo
http://poenocine.blogspot.com/

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