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Re: [Mar de Poesias] BLOG DE POESIAS

Modernismo puro, salve grande mestre!

Em 14 de março de 2013 12:09, Hideraldo Montenegro <hideraldo2007@yahoo.com.br> escreveu:
POEMAS DE HIDERALDO MONTENEGRO

REFLEXO

A cidade tatua no peito
os percursos dos pés

A cidade invade o leito
das águas que deságuam
em viés
os sonhos das flores
que convidam os insetos
ao beijo das cores

A cidade me convida
a sonhos de luzes
que se repartem
nas águas no brilho
dos meus olhos

Hideraldo Montenegro

PEIXE NO AQUÁRIO

Nada que está no ar é seguro
Nada que voa fixa território
Nada que enxerga ao longe guarda saudade
Só esta vontade de ficar aqui
Nesta proteção amniótica
Deste horizonte definido

Hideraldo Montenegro

AMANHECER

Então, por não entender o canto
a ave de espanto assume a postura
do vôo que enfrenta os ventos
e gritos dilacerados assombram o cantar
do pássaro humano preso na garganta

A liberdade é só um salto
da voz que atinge a alma
em pleno vôo.

E, todos os caminhos voam
para um céu aberto
à morte do homem
e a liberdade do pássaro
solto na voz.

E todo dia se faz de repente,
sem avisos e canta a luz
do grito nascente na voz
no amanhecer
do pássaro que voa
todos os dias
nos homens

Hideraldo Montenegro

CEMITÉRIO

Pequenos pedaços
de gente
fazem multidão

RECIFE

Recife e seu banho de águas
Recife mergulhado nas águas
bebe pontes e brilhos
e o sol se reparte nas águas
em estrelas mil
Recife repartido
em pontes que atravessam
a vida da gente

Recife repartido
em gente
-pingente no pescoço
e grito no asfalto
não disfarça a criança
que salta na vida
pelas pontes que unem
todos nós
ao mesmo mangue

Recife sangue
da gente
pelas veias
das pontes
que se constroem
nos rios da cidade
que nos habita

Hideraldo Montenegro

GESTAÇÃO

E assim quando a morte vem de súbito
mata-nos a todos mesmo anunciada
esperada ou desejada
ficamos em susto
como ela, a morte, fosse
uma espada
que sabemos de sua existência
mas nos afeta quando é praticada
e de espanto morremos sempre
com a morte alheia
-nossa própria sorte-
e debruçamos sobre lágrimas o choro
do nosso destino
e esquecemos que a vida existe apenas
para criá-la

Hideraldo Montenegro

DESTINO

As paredes confirmam os fatos
e cercam os sonhos
e medem os passos
-não há saída exceto pela porta
e lá fora os limites já foram demarcados
num estreito quarto
Todos os pisos pisam igualmente os pés
e fixam o destino de quem vive
cercado de limites

Hideraldo Montenegro

A CASA

Aos poucos a casa vai
adquirindo vida
nos pés de quem a pisa
ergue-se entre sonhos
da noite os assombros
construídos durante o dia
e refaz cada pedaço
canto e esquima
ideias vividas
A casa é pranto, dor
avenida nos esquadros
das janelas o de bruços
deita os desejos
da casa o aviso
no portal é bem-vindo

A casa se enche
de vida do telhado
ao pombo que pousa
enxuto o gorjeio da vida
Vazia
a casa desmorona
sem vitalidade
a ausência
de seus vazios

Hideraldo Montenegro

VOYEUR

não cismo com você à mesma proporção
que os vãos da boca esboçam cantos e trejeitos indisfarçáveis
caminho pelo teu rosto como uma vaca no pasto
esquadrinhando todas as fendas
Tua face é um mapa de tu'alma que exploro sem pudor
e viajo por luas, sóis, céus e piso em nuvens
sem me importar com a espessura da travessia
e não adianta se entocar em pensamentos esmos que de tocaia avanço
todos os recônditos gestos inomináveis
e, assim, lhe deixo inapelavelmente nua
e o gozo me vem pelos olhos ao contemplar
a mulher que dentro de você há

Hideraldo Montenegro nasceu em 26 de novembro de 1957 em Moreno, Pernambuco. Aos 18 anos foi morar em São Paulo, onde viveu durante 10 anos. Atualmente colabora esporadicamente com artigos sobre misticismo com uma revista do gênero. Hoje, além da poesia, se dedica principalmente dos estudos místicos e, neste campo, fez algumas palestras e publicou dois livros sobre o assunto. Concomitantemente sempre desenhou e escreveu.
Em 1984 começou a publicar poemas em alguns jornais e revistas. Publicou dois livros de crônicas pela livrorápido A Eternidade do Ser e A Ponte Cósmica. No ano de 2010 publicou os livros de poesias Alquimia das Águas, O Pássaro e Humano Canto, respectivamente, pela Artexpressa Editora.

para saber mais:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/hideraldo_montenegro.html

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        J. Sollo

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