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Res: [Mar de Poesias] Pequena história triste, de amor.

Nossa mente... Ah! que mistérios e abismos profundos. Somos prisioneiros em nós mesmos, ao mesmo tempo em que o mundo
imaginado nos possibilita ser e viver qualquer coisa, Oh alma de poeta! Finge alegria quando sente morrer por dentro, derrama um sorriso que tal qual lâmina nos retalha intimamente... " O poeta é (mesmo) um fingidor", grande Fernando Pessoa, nosso mestre iluminado.
 
Profundas linhas como sempre Jal, que ótimo que a escrita consegue nos fazer livres e consolar nosso coração.
 
 
 
 
-------Mensagem original-------
 
Data: 05/01/2014 08:46:56
Assunto: [Mar de Poesias] Pequena história triste, de amor.
 
Em meio a multidão, rompe-se aquele silêncio profundo.
As mãos soltam-se lentamente, deslizando por sobre a outra em sentidos opostos.
Aquela decisão talvez não fosse a mais acertada, nem ali fosse o local mais apropriado ou o momento certo pra dizer, tão de súbito, que já não o amava mais.
Foi como ter-lhe dado uma punhalada no peito.
As mãos soltavam-se, mas seus olhares guardavam algo que ainda os ligava.
Era um olhar de quem tinha algo a dizer, mas não disse, sequer deixava sub entender.
Entre eles, ficava uma pergunta que ela não fez e uma resposta que ele não deu.
De suas bocas, mutuamente, apenas um "seja feliz".
Pensou em vibrar e seguir aquele conselho, sendo a pessoa mais feliz do mundo, ou pelo menos dalí,
mas percebeu rapidamente que não ia dar, pois o mesmo punhal com que ela o feriu, a apunhalava também, pelas costas.
Seu próprio punhal...
Sentiu um vazio profundo, sua alma desabava ali mesmo, seu pranto aprisionado a fazia sentir um inquieto libertar.
Sua liberdade a aprisionava a um sentimento de perda, de dor, de partida, de hora errada.
Aquela partida consentida a feria, a falta de interesse dele em lutar um pouco mais deveria lhe dar a certeza de estar tomando a melhor decisão, mas ao contrário, a fez pensar que havia tomado a decisão errada.
Seria um blefe que não teria dado certo?
Descobriu, de péssimo modo, que estava jogando.
Descobriu que não sabia jogar, e também, que não sabia perder.
Levantou sua solitária taça de champagne e fez um brinde entre aqueles desconhecidos, que acreditavam, indubitavelmente, naquele seu sorriso improvisado.
Engoliu seco, a bebida, a vida e o que lhe esperava pela frente.
Deslizou seus pés descalços na areia da praia, anestesiada não sentia seus pés cortando nos cacos de vidro da taça que deixara cair.
Foi em direção ao mar, absorta, tentando decifrar aquela lua que insistia em lhe dizer algo.
A lua, estranhamente, parecia ter uma face e exibia um sorriso sarcástico. Dava pra ver seus lábios falantes, e mãos e dedos a lhe apontar. Aquela lua fria, o que ela sabia?
Porque estaria ali a lhe enfrentar?
De repente, prestando mais atenção, percebeu que a lua parecia um espelho, e óbvio que aquilo tudo que ela via era o reflexo de si mesma.
Dessa vez as lágrimas vieram em seu rosto sem piedade, lhe atravessando a alma. Rolaram indiscretas, e se perdiam caindo naquelas ondas que já não eram mais tão fracas.
Ora suas dores se afundavam alí, ora eram arrastadas pelas ondas, e deixadas na areia da praia, ancoradas e expostas em meio a todas aquelas pessoas estranhas.
Elas não percebiam nada, seguiam suas vidas, suas histórias, felizes ou tristes, como saber?
Ao menos seguiam, sem desistir, como ela não havia mais tido a coragem de fazer.
 
Jal Magalhães
05/01/13
 
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