Fivela Num Estranho Cadáver
Movo os lábios quando Satã bater à porta com os dentes da mandrágora arranhando portas & janelas & qualquer outro vestígio de passagem. Tapetes à espreita perderão os olhos tamanha a luminosidade das cáries da mandrágora enegrecendo o trigo. A floresta que guardei para o teu último suspiro se ergueu da névoa & das cozinhas em lenta progressão de fogo brando até os hematomas do céu, o seio se abre & tufões interrogam a coxa & vespas vacilam no ar quando o cadáver dos gerânios se levanta coroado como uma ereção de auréolas. Traga os trapos de minha memória, Satã, para reconhecer a brisa que retorna de teu hálito mais podre que um travesseiro de tripas de rosas. Ah, Satã, esperei por esse instante como um boi ama os matadouros & odeia a mandrágora que se enterra entre os tufos do amarelo.
(Rubens Zárate/ Paulo Sposati Ortiz) Aquele abraço, Paulo http://poenocine.blogspot.com/ |
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